Mulheres ganham em média R$ 314 a menos que os homens no Ceará, aponta relatório
A remuneração média dos homens no estado é de R$ 3.079, 17, enquanto a das mulheres é de R$ 2.764,64. São R$ 314,53 de diferença entre os saldos. Mulhere...

A remuneração média dos homens no estado é de R$ 3.079, 17, enquanto a das mulheres é de R$ 2.764,64. São R$ 314,53 de diferença entre os saldos. Mulheres ganham 20,9% a menos que os homens no Brasil 👩🏼👩🏽🦱👩🏼🦳 As mulheres ganham em média R$ 314,53 a menos que os homens empregados no setor privado no Ceará. Os dados são do Relatório de Transparência e Igualdade Salarial, divulgado nesta segunda-feira (7) pelo Ministério do Trabalho. ✅ Siga o canal do g1 Ceará no WhatsApp No estado, a remuneração média dos homens é de R$ 3.079, 17, enquanto a das mulheres é de R$ 2.764,64 - uma diferença de 11,38%. Foram analisados 1.530 estabelecimentos e 590 mil vínculos. Ainda de acordo com o levantamento, as mais prejudicadas são as mulheres negras, que recebem em média R$ 2.567,42. Acompanhe: LEIA TAMBÉM: Mulheres são maioria no Ceará e têm mais instrução, mas são mais afetadas pela pobreza Mulheres ganham 20,9% a menos que os homens no Brasil, diz governo Considerando todo o Brasil, os dados mostram que a participação das mulheres no mercado de trabalho aumentou, mas a desigualdade salarial persiste. No país, as mulheres ganham 20,9% a menos que os homens nos 53.014 estabelecimentos com 100 ou mais empregados. Foram analisados 19 milhões de vínculos, 1 milhão a mais comparado com o relatório de 2023. No primeiro estudo, a desigualdade foi de 19,4% e no segundo, 20,7%. “A desigualdade salarial entre mulheres e homens persiste porque é necessário que haja mudanças estruturais em nossa sociedade, desde a responsabilidade das mulheres pelo trabalho do cuidado à mentalidade de cada empresa, que precisa entender que ela só irá ganhar tendo mais mulheres compondo sua força de trabalho, e com salários maiores”, disse a ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, em comunicado. Disparidade afeta autonomia financeira e autoestima Mulheres negras são as mais afetadas no Ceará pela redução salarial se comparada com a de homens Foto: Celso Tavares/G1 De acordo com Raquel Sales, conselheira do Conselho Regional de Economia do Ceará (Corecon-CE), essa disparidade salarial afeta a autonomia financeira, o poder de compra e outros aspectos sociais das mulheres. Veja alguns problemas relacionados: Desestímulo ao trabalho para as mulheres; Existência de trabalhos precários e informalidade; Aumento da pobreza e dependência econômica; Menor segurança financeira, dificuldade de adquirir uma boa aposentadoria; Aumento da violência doméstica, uma vez que ela se baseia na ideia de que os homens têm um papel superior ao das mulheres. A desigualdade salarial tem raízes históricas. Tudo começou com a história de que havia trabalhos diferenciados para homens e mulheres. Isso dificultou o acesso de mulheres a diferentes postos profissionais e também impactou na preferência delas por cursos com menores remunerações salariais. Além disso, as mulheres são responsáveis pela maior carga de trabalho com os afazeres domésticos e a educação dos filhos. Elas sofrem sobrecarga de trabalho, com rotinas duplas e triplas. Algumas sofrem interrupção de carreira durante a gravidez e maternidade Para a especialista, é preciso fazer uma força tarefa para mudar o quadro. Esse trabalho inclui desde conscientização nas escolas para desconstruir estereótipos de gênero até políticas públicas eficazes. ➡️ A conselheira listou os seguintes pontos: Projetos nas escolas para desconstruir estereótipos de gênero e promover a igualdade desde a infância; Diminuir a sobrecarga materna, como ampliar o período da licença-paternidade; Valorizar a diversidade e promover debates sobre o assunto; Fortalecer as políticas de transferência de renda com foco na população mais pobre que geralmente é comandada por mulheres. Mesmo mais instruídas, mulheres são mais afetadas pela pobreza Estudo do Ipece revela perfil da mulher cearense Hiane Braun/Casa Civil e Ipece As mulheres são maioria no estado do Ceará, de acordo com dados divulgados pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). O estado tem cerca de 256 mil mulheres a mais do que homens. Ou seja: são 4,7 milhões de mulheres (51,4%) e 4,5 milhões de homens (48,6%). Elas também são maioria no aspecto da gerência de lares. Em 2023, as mulheres lideravam 54,5% das moradias em comparação a 45,6% das residências lideradas por homens. Apesar de estarem à frente desses lares, no entanto, elas são as mais afetadas pela pobreza e insegurança alimentar. ➡️ Entenda: A pobreza ainda é um problema que atinge milhares de lares brasileiros. O Ceará apresentou uma queda na proporção da população em extrema pobreza nos dois últimos anos, mas ainda há taxas altas. Em 2023 no Ceará, 9,4% das pessoas viviam com renda abaixo da linha de pobreza internacional. Já a proporção de domicílios gerenciados por mulheres em situação de pobreza foi de 10,5%, maior do que por homens (7,9%). Em resumo: o estudo aponta que as mulheres enfrentam proporção maior de pobreza. A maioria dos lares no Ceará é gerenciada por uma mulher. Em 2023, elas lideravam 54,5% das moradias, em comparação a 45,6% das residências lideradas por homens - uma diferença de 3,4 pontos percentuais. O percentual de domicílios com maior prevalência de segurança alimentar são os domicílios chefiados por homens (70,5%). Mas a proporção de domicílios em situação de pobreza é maior em domicílios gerenciados por mulheres. Entre os 20% mais pobres no estado, 61,4% são de domicílios liderados por mulheres (22,8 pontos percentuais a mais que os homens) Sem programas sociais e de assistência, a desigualdade seria maior, de acordo com o estudo. O rendimento domiciliar per capita para as mulheres pobres no cenário que não receberam uma transferência de renda no Ceará seria de R$ 966,15. No cenário com transferência a renda domiciliar, esse valor seria de R$ 1.107,45. Assista aos vídeos mais vistos do Ceará: